Desconhecem-se
as origens de Albufeira, mas tudo leva a crer que a região
já era povoada em tempos pré-históricos
e que o local onde hoje se ergue a cidade teria sido, alguns
séculos antes da nossa era, uma importante povoação
com o seu porto marítimo.
A
primitiva povoação foi ocupada pelos Romanos que
lhe deram o nome de Baltum. Introduziram uma organização
administrativa centralizada e desenvolveram uma intensa
actividade agrícola e comercial.
Construíram aquedutos, estradas e pontes das quais ainda hoje existem
vestígios.
O
topónimo Albufeira provem da denominação árabe "Al-buhera" que
significa "castelo do mar",
razão que poderá estar ligada à proximidade
do oceano e/ou da lagoa que se formava na zona baixa
da localidade.
Os árabes construíram sólidas
fortificações defensivas, tornando-a quase inexpugnável,
o que até certo ponto não era infundado, porque Albufeira
foi uma das praças que os árabes conservaram por mais tempo
em seu poder.
O desenvolvimento da agricultura foi notável e verificou-se a introdução
de novas técnicas e de novas culturas. Os Árabes usavam já a
charrua e os adubos, assim como as noras para a elevação
de águas nos poços. Introduziram novos sistemas de irrigação
nos campos, salientando-se os açudes e levadas, transformando assim
zonas incultas em hortas e pomares.
Quando
D.Afonso III ocupou o trono, já parte do Algarve
tinha caído em poder dos cristãos.
Templários e Hospitalários, ordens militares que auxiliaram
na Reconquista, salteavam frequentemente as terras que ainda estavam sob
domínio Árabe, mas detinham-se sempre diante das fortes muralhas
de Albufeira.
Somente depois da tomada de Faro é que a situação
de Albufeira se tornou insustentável.
Cercada
de inimigos por todos os lados, a praça caiu em
poder de D.Afonso III, que imediatamente a doou à Ordem
de Aviz.
Os
mouros foram perseguidos de tal forma, que só escaparam
ao furor dos vencedores os que fugiram e se refugiaram
numa caverna, denominada Cova do Xorino, situada por baixo
das rochas delimitantes da cidade pelo lado sul.
No
reinado de D. Manuel I já a vila reconquistara
a sua antiga importância, pois este monarca concedeu-lhe
foral em 20 de Agosto de1504.
Albufeira
foi das cidades algarvias a mais castigada por cataclismos
naturais. Mas foi o terramoto de 1755 que causou os maiores
estragos. O mar invadiu a vila com ondas que atingiram
10m de altura, destruindo quase todos os edifícios,
tendo apenas ficado de pé 27 habitações
e estas muito arruinadas.
A
Igreja Matriz, antiga mesquita árabe adaptada
ao culto cristão, onde a população
se refugiara, pedindo misericórdia, desabou
causando 227 vítimas.
Depois deste terramoto continuou todo o Algarve a sofrer abalos violentos
até 20 de Agosto do ano seguinte o que não impediu que se
iniciassem de imediato as obras de reconstrução por ordem
do Bispo D. Francisco Gomes de Avelar.
Em
1833, durante a guerra civil entre absolutistas e liberais,
Albufeira foi cercada e atacada pelos soldados do Remexido:
um chefe popular absolutista que danificou profundamente
a vila e executou grande número dos seus habitantes.
A
partir de meados do século XIX verificou-se um
desenvolvimento da economia graças à actividade
piscatória.
Nas
primeiras décadas do século XX registou-se
um aumento acentuado da exportação de peixe
e de frutos secos. A vila tinha, então, cinco fábricas
que empregavam 700 a 800 pessoas, sobretudo mulheres de
pescadores.
De
1930 a 1960 registaram-se tempos de decadência,
as armações de pesca arruinaram-se, as
fábricas fecharam, as embarcações
desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população
ficou reduzida a metade e a pesca tornou-se novamente
numa actividade de subsistência.
No
início da década de 60, assistiu-se ao
nascimento do fenómeno turístico, Albufeira
foi procurada por turistas nacionais, mas foi sobretudo
com os ingleses que prosperou.
Na
década de 80, verificou-se um enorme surto urbanístico,
tendo a cidade crescido para nascente, local para onde
se transferiu a maior parte dos serviços administrativos,
incluindo a Câmara Municipal.
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